sexta-feira, 13 de maio de 2011

ÚLTIMA LEMBRANÇA



Luiz  Menezes

Eu hei de amar-te sempre, sempre além da vida.
Eu hei de amar-te muito além do nosso adeus.
Eu hei de amar-te com a esperança já extinguida
de que meus lábios possam ter os lábios teus.

Quando eu morrer, permita Deus que nessa hora
ouças ao longe o cantar da cotovia.
Será minha alma que num canto triste chora
e nessa mágoa o teu nome pronuncia.

Eu viverei eternamente nos cantares
dos pobres loucos que do verso fazem o ninho.
Eu viverei para glória dos pesares
onde quase sucumbi nos teus carinhos.

Eu viverei no violão que a noite tomba
ante a janela da silente madrugada.
Eu viverei como uma sombra em tua sombra,
como poesia em teu caminho derramada.

Pois nem o tempo apagará nossos amores
que floreceram de ilusão febril e mansa.
Quando eu morrer, eu viverei das tuas dores,
mas te levando em minha última lembrança.


(Para ouvi-lo cantando esse poema, acesse:
You Tube - Luiz Menezes - Última lembrança)


Nenhum comentário:

Postar um comentário