Luiz Menezes
Eu hei de amar-te sempre, sempre além da vida.
Eu hei de amar-te muito além do nosso adeus.
Eu hei de amar-te com a esperança já extinguida
de que meus lábios possam ter os lábios teus.
Quando eu morrer, permita Deus que nessa hora
ouças ao longe o cantar da cotovia.
Será minha alma que num canto triste chora
e nessa mágoa o teu nome pronuncia.
Eu viverei eternamente nos cantares
dos pobres loucos que do verso fazem o ninho.
Eu viverei para glória dos pesares
onde quase sucumbi nos teus carinhos.
Eu viverei no violão que a noite tomba
ante a janela da silente madrugada.
Eu viverei como uma sombra em tua sombra,
como poesia em teu caminho derramada.
Pois nem o tempo apagará nossos amores
que floreceram de ilusão febril e mansa.
Quando eu morrer, eu viverei das tuas dores,
mas te levando em minha última lembrança.
(Para ouvi-lo cantando esse poema, acesse:
You Tube - Luiz Menezes - Última lembrança)
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