domingo, 9 de janeiro de 2011

Aniversário de tia Otília

Em 16.12.2010, em Curitiba-PR, bairro Santa Felicidade, tive o prazer de conviver com tios e primos, para comemorar o 77º aniversário de minha tia Otília Pires da Rocha.
Acometida da doença de Alzheimer, tia Otília passou o aniverário na companhia dos
irmãos, Adília, Adir, Perci e Regina, cunhada Neusa, além de sobrinhos, sobrinhos netos e muitos amigos
que foram abraçá-la.


Tias Adir e Otília

Tias Otília e Regina
Acompanhadas pelo Prof. Gustavo, as sobrinhas netas
Letícia e Natália
homenagearam a aniversariante
com belas páginas musicais.

Felizes, os pais Rodrigo e Gisele com as lindas filhas e o
Professor Gustavo.

A bela e acolhedora casa da tia Regina

Fim de ano em Arambaré-RS

Figueira centenária, maravilhosa na praia de Arambaré
às margens
da Lagoa dos Patos,
Rio Grande do Sul - Brasil.



Face à extensão de seus galhos,
os mesmos estão escorados por postes de madeira.
À noite, sua beleza é realçada por várias luminárias.




Em 31.12.2010, sob a frondosa árvore.
Da direita para a esquerda:
Luiz Carlos (meu irmão), Berenice (cunhada), Renato (sobrinho),
 Júlia (neta de L. Carlos e Berenice) e este seu amigo.




Família reunida
Da esquerda para a direita:
Letícia, Júlia, Renato, Berenice e Luiz Carlos.


L




quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

SAUDADE

                                                                                                      
" Sentimos saudade de certos momentos da nossa vida e de pessoas que passaram por ela. "
Carlos Drummond de Andrade

SAUDADE

Ivo Leão da Rocha

Saudade, quanta saudade
me vem agora à lembrança,
é do tempo de criança
quando o futuro era incerto.
Eu tinha sempre por perto
um não sei que de mistério
me acompanhando, gaudério,
correndo de peito aberto.

Mas tudo passa na vida,
no mundo foi sempre assim!
Se alguém gostar de mim,
há de ser por bem querer.
Saber que viver é sofrer
os reveses do caminho,
que se ganha desde o ninho
na hora de nascer.

Há muitos  que não entendem
este meu jeito antiquado.
Quem sabe fiquei parado
na luta pela existência,
sem nunca pedir clemência
na vastidão do universo,
pois todo o canto tem verso,
se traz no canto a essência.

Eu faço do meu caminho
um corredor de prazeres,
curtindo sempre com eles
os raios vivos do sol,
esperando beliscar, no anzol,
o peixe que mata a fome,
do cego que não tem nome,
que nunca viu o arrebol.

As tristezas e as alegrias
sempre carrego comigo.
Se falo, sei o que digo
quanto é bom se ter afeto.
Nada mais é mais direto
que o amor do coração,
com a força de um furacão
no peito batendo inquieto.

Hoje me ponho a pensar
em tudo que já passei...
Dizer ao certo, não sei
se não semeei à toa,
na memória ainda ecoa
a vontade de acertar
e com outros partilhar
o que sobrou da safra boa.

Se passei por entre espinhos,
não renego meu passado.
Vivi sempre lado a lado
com o que o destino legou.
Se a "mala suerte" deixou
feridas que não se apagam
uns maltratam, outros afagam,
e assim, na vida, passando vou.

Permita Deus que eu consiga
levar para a eternidade
esta bendita saudade
que me acompanha até aqui,
porque, desde que nasci,
passei na vida com glória
deixando marcas na história
sem deixar de ser gurí.

P.Alegre, 24.09.2004

" Sentir saudade é sinal de que se está vivo... "

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

APRENDIZ DA VIDA


APRENDIZ  DA  VIDA

"Um dia desses, na sala de espera de um consultório médico, percebí, solta entre as revistas, uma folha de papel.
A curiosidade fez com que a tomasse para ler o conteúdo. Era uma bela mensagem que alguém havia escrito. O título, interessante e curioso:
Aprendi
e dizia o seguinte:

Aprendi
que eu não posso exigir o amor de ninguém, posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência, para que a vida faça o resto.
Aprendi
que não importa o quanto certas coisas sejam importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e eu jamais conseguirei convencê-las.
Aprendi
que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos.
Aprendi
que posso usar meu charme por apenas 5 minutos... depois disso, preciso saber do que estou falando.
Eu aprendi...
que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida.
Aprendi
que por mais que se corte um pão, cada fatia continua tendo duas faces... e o mesmo vale para tudo o que cortamos em nosso caminho.
Aprendi...
que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser... e devo ter paciência.
Mas, aprendi também, que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei.
Aprendi
que preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou ser controlado por eles.
Aprendi...
que os heróis são pessoas que fazem o que devem fazer "naquele" momento, independentemente do medo que sentem.
Aprendi
que perdoar exige muita prática e que há muita gente que gosta de mim, mas não consegue demonstrá-lo.
Aprendi...
que nos momentos mais difíceis, a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar as coisas.
Aprendi
que posso ficar furioso. Tenho direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel.
Aprendi
e repasso ao mundo, que jamais posso dizer a uma criança que seus
sonhos são impossíveis,
pois seria uma tragédia para o mundo se eu conseguisse convencê-la disso.
Eu aprendi
que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando... E que eu tenho que me acostumar com isso.
Aprendi
que não é o bastante ser perdoado pelos outros... eu preciso me perdoar primeiro.
Aprendi que, não importa o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso.
Eu aprendi...
que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que eu faço quando adulto.
Aprendi que, numa briga, eu preciso escolher de que lado estou, mesmo quando não quero me envolver.
Aprendi
que, quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem; e quando duas pessoas não discutem, não significa que elas se amem.
Aprendi que, por mais que eu queira proteger os meus filhos, eles vão se machucar e eu também.
Isso faz parte da vida.
Aprendi
que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes.
Aprendi
também que diplomas na parede não me fazem mais respeitável nem mais sábio.
Aprendi
que as palavras de amor perdem o sentido, quando usadas sem critério. E que amigos não são apenas para guardar no fundo do peito, mas para mostrar que são amigos.
Aprendi
que certas pessoas vão embora da nossa vida de qualquer maneira, mesmo que desejemos retê-las para sempre.
Aprendi, afinal, que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas em que acredito."

"Com essa folha de papel eu aprendi que ainda tenho muito a aprender em minha vida. A VIDA É UMA ARTE!"

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

SAUDADE DO FUTURO

Substituindo Pulo Sant'Ana, em Zero Hora, o Promotor aposentado, Jornalista e Apresentador da RBS
Cláudio Brito, escreveu a crônica Saudade do Futuro, na Edição do Jornal de domingo (02.01.2011).
Por considerá-la muito criativa e refletir o desejo dos moradores de Porto Alegre-RS
disponho-me a transcrevê-la, ipsis litteris.

Saudade do Futuro

Sentimento esquisito tem aflorado nestes dias de recomeço. Pode ser coisa da época, passagem de ano,
esperanças que se renovam, apostas. Não sendo mais o jovem de outrora, experimento uma saudade
daquilo que não vivi, saudade não de algo que se foi, mas das coisas que poderia ter visto e não vi. Até aí,
tudo bem, faz parte. O que me sacode demais, no entanto, é a saudade de tudo que vai acontecer e que
não estarei mais aí para curtir. São fatos e circunstâncias que frequentam meus sonhos de uma forma
tão clara que pintam como se já tivessem acontecido.
Tenho saudade do metrô ligando o Centro Histórico ao Beira-Rio, sinto falta dos passeios pelo cais
e dos almoços com amigos naquele restaurante moderno lá da ponta, o último,
quase na Usina do Gasômetro. A Biblioteca restaurada, a Rua da Praia povoada à noite,
o Guaíba despoluído. Tudo isso me dá saudade. Sei que vai ser assim. Não será amanhã,
nem logo depois, mas será assim, sei disso. Quero tanto que seja assim, que visito o futuro nesses
devaneios. Vou com tanta vontade até lá, que, agora, mergulho na saudade de que lhes falo. Nostalgia
do que ainda vai acontecer. Será tão bom ver todas as crianças na escola, todas as comunidades
assistidas, os serviços essenciais levados pelo Estado a todos os bairros de todas as cidades,
que é uma pena estar fora justo na hora em que ficar assim a realidade.
*
Um amigo me disse que de saudade não se trata, mas de anseio, lástima por não viver tanto. Certeza
de que o sonhado não será visto. Precisaria viver mais de um século para sentir o gosto de vitória
sobre as desigualdades. Cem anos ainda seria pouco tempo para ver que a corrupção acabou,
que as vaidades cederam ante o solidarismo que os homens passaram a praticar e que a
criminalidade foi posta em níveis razoáveis, sob nosso controle. Os condenados se emendam, 
não existe reincidência. Acabaram-se as filas nos hospitais, exploração sexual de crianças e
adolecentes é coisa do passado e nenhum ser humano tem fome. É disso que falo,
é disso que tenho saudade. Tão forte é o desejo de ver tudo assim, que é desse jeito que eu vejo. Tudo
em harmonia, tudo como um dia permitiu o Criador.
*
A volta de um sonho me traz saudade, é isso. Quando vi o Congresso devolver dinheiro aos cofres do
Brasil, porque nossos deputados gastaram muito pouco, quando vi todas as obras públicas
custarem exatamente o que deveriam custar, quando os negros e os carentes não precisaram
mais de uma política de cotas para acessarem a universidade, quando não se ouviu mais falar
em desemprego, quando tudo isso aconteceu, tão grande foi a felicidade de todos, que
outra coisa não fizeram que não fosse festejar intensamente.
*
Vai ser assim, vocês verão. Na verdade, quando for assim, outros verão. Talvez ainda nem tenham
nascido os brasileiros que terão a imensa gratificação de viverem em um paraíso. É disso que,
estranhamente, tenho saudade. Se recordar é viver, sonhar também é. Esperar e querer
com tanta vontade é viver o que ainda não aconteceu. É por aí que me chega a saudade. Espero o
melhor dos tempos, experimento todas as coisas boas que nossa gente sempre sonhou com
tanto realismo, que tenho de tudo isso muita saudade. Saudade do futuro, nada mais.


Biguás no Guaíba

Metrô sonhado

Guaíba e Beira Rio

Pôr de sol no Guaíba, despoluído.

Rua da Praia, à noite.