quarta-feira, 23 de novembro de 2011

VISITA DO CEL. REINALDO GOULART CORREIA AO TELMO DE LIMA FREITAS

Nesta terça-feira (22/11/2011), tive o prazer de conduzir o amigo
REINALDO GOULART CORREIA
Grande Gaúcho de São Borja-RS,
até o rancho do nosso patrício Telmo De Lima Freitas,
na vizinha cidade de Cachoeirinha.
Lá, passamos um dia de música, charla e tradição.
Correram soltos, churrasco e guaranás...
Violão, gaita e cantoria...
Além do casal, Telmo e Iara, donos do rancho, estiveram também,
Hermes Lopes, Ambrósio de Mello (gaiteiro do Itaqui) e seu filho Justino Mello (quinchador de fama).

Eis alguns "retratos":

Telmo e Reinaldo - a brindo a paleta do borrego

Hermes começa o assado

Ambrósio, Telmo, Reinaldo e Justino

Reinaldo, Ambrósio na oito baixos, Hermes e Justino

Abre essa gaita Ambrósio!

Telmo na oito baixos e Reinaldo no violão

O Tordilho em disparada

Deus te abençoe Índio Velho!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

MEU IRMÃO, LUIZ CARLOS LEÃO DA ROCHA

19/março/2011 (64º Aniversário)

Infelizmente, tenho o desprazer de comunicar aos parentes e amigos, que o meu querido irmão "CAIO", encontra-se hospitalizado no Hospital Dom Vicente Scherer, em Porto Alegre, acometido de grave enfermidade.
Rogo a Deus em sua Infinita Bondade que, lhe permita estar entre nós pelo maior tempo possível, desde que não passe por sofrimento e dor.
É invejável a resistência, o espírito, o ânimo e a paz que ele deixa transparecer a todo instante.

FORÇA  MEU  IRMÃO !

DEUS  TE  ABENÇOE  E  GUARDE !

Desfile Tradicionalista em São Vicente do Sul-RS

sábado, 19 de novembro de 2011

A LUA QUE NÃO DEI . . .



Cecilio Elias Netto
(Escritor e Jornalista)

          "Compreendo pais - e me encanto com eles - que desejariam dar o mundo de presente aos filhos. E, no entanto, abomino os que, a cada fim de semana, dão tudo o que os filhos lhes pedem nos shoppings onde exercitam arremedos de paternidade. E não há paradoxo nisso. Dar o mundo é sentir-se um pouco como Deus, que é essa a condição de um pai. Dar futilidades como barganha de amor é, penso eu, renunciar ao sagrado.
               Vou narrar, por me parecer apropriado à croniqueta, o que me aconteceu ao ser pai  pela primeira vez. Lá se vão, pois, 45 anos.
    Deslumbrado de paixão, eu olhava a menina no berço, via-a sugando os seios da mãe, esperneando
na banheira, dormindo como anjo de carne.
E, então, eu me prometia, prometendo-lhe:
'Dar-lhe-ei o mundo, meu amor!
E não lho dei...
E foi o que me salvou do egoísmo, da tola pretensão e da estupidez de confundir valores materiais
com morais e espirituais.
Não dei o mundo à minha filha, mas ela quis a Lua.
E não me esqueço de como ela pediu, a Lua, há anos já tão distantes.
        Eu a carregava nos braços, pequenina e apenas balbuciante, andando na calçada de nosso quarteirão,
em tempos mais amenos, quando as pessoas conversavam às portas das casas.
 Com ela junto ao peito, sentia-me o mais feliz homem do mundo, andando,  cantarolando  cantigas
de ninar em plena calçada.
Pois é a plenitude da felicidade um homem jovem poder carregar um filho como se acariciando  as
próprias entranhas.
Minha filha era eu e eu era ela.
Um pai é, sim, um pequeno Deus, o criador.
E seu filho, a criatura bem amada.
E foi, então, que conheci a impotência e os limites humanos.
     Pois a filhinha  - a quem eu prometera o mundo -  ergueu os bracinhos para o alto e começou a quase
gritar, assanhada, deslumbrada:
'Dá, dá, dá...'
Ela descobrira a Lua e a queria para si, como ursinho de pelúcia, uma luminosa bola de brincar.
Diante da magia do céu enfeitado de estrelas e de luar, minha filha me pediu a Lua e eu não pude dar.
A certeza de meus limites permitiu, porém, criar um pacto entre pai e filhos: se eles quisessem
o impossível, fossem em busca dele.
Eu lhes dera a vida, asas de voar, diretrizes, crença no amor e, portanto, estímulo aos grandes sonhos.
E o sonho da primogênita começou a acontecer, num simbolismo que, ainda hoje, me amolece o
coração. Pois, ainda adolescente, lá se foi ela embora, querendo estudar no Exterior.
Vi-a embarcar, a alma sangrando-me de saudade, a voz profética de Kalil Gibran em sussurros de
consolo:
'Vossos filhos não são vossos filhos, mas são os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma. Eles vêm através de vós, mas não de nós. E embora vivam conosco, não vos pertencem. ( ... ) Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.'
Foi o que vivi, quando o avião decolou, minha criança à bordo. No céu, havia uma Lua enorme, imensa. A certeza da separação foi dilacerante. Minha filha foi buscar a Lua que eu não lhe dei.
E eu precisava conviver com a coerência do que transmitira aos filhos:
'O lar não é o lugar de se ficar, mas para onde voltar.'
Que os filhos sejam preparados para irem-se, com a certeza de ter onde voltar quando o cansaço, a derrota ou o desânimo inevitáveis lhes machucarem a alma.
Ao ver o avião, como num filme de Spielberg, sombrear a Lua, levando-me a filha querida, o salgado das lágrimas se transformou em doçura de conforto com Kalil Gibran:
Como pai, não dando o mundo nem a Lua aos filhos, me senti arqueiro e arco, arremessando a flecha viva em direção ao mistério.
Ora, mesmo sendo avós, temos, sim e ainda, filhos a criar, pois família é uma tribo em construção permanente. Pais envelhecem, filhos crescem, dão-nos netos e isso é a construção, o centro do mundo onde a obra da criação se renova sem nunca completar-se.
De guerreiros que foram, pais se tornam pajés. E mães, curandeiras de alma e corpo.
E quando a tribo se fortalece com conselheiros, sábios que conhecem os mistérios da grande arquitetura familiar, com régua, esquadro, compasso e fio de prumo. E com palmatória moral para ensinar o óbvio: se o dever premia, o erro cobra.
Escrevo, pois, de angústias, acho que angústias de pajé, de índio velho.
A nossa construção está ruindo, pois foi feita em areia movediça.
É minúsculo o mundo que pais querem dar aos filhos:
O dos shoppings.
E não há mais crianças e adolescentes desejando a Lua como brinquedo ou como conquista.
Sem sonhos, os tetos são baixos e o infinito pode ser comprado em lojas.
Sem sonhos, não há necessidade de arqueiros arremessando flechas vivas.
Na construção familiar, temos erguido paredes. Mas, dentro delas, haverá gente de verdade ?"


sábado, 12 de novembro de 2011

Demos VIVAS ao Esquilador !

Meu primo Eli Leão e Telmo de Lima Freitas fotografados num recanto da casa onde nasci, rua Cel. Lago, nº 1302, em São Borja-RS
Novembro/2011
***

 TELMO DE LIMA FREITAS , o premiado autor de:
ESQUILADOR


Quando é tempo de tosquia já clareia o dia com outro sabor.
As tesouras cortam em um só compasso
enrijecendo o braço do esquilador.
Um descascarreia, o outro já maneia e vai levantando para o tosador.
Avental de estopa, faixa na cintura e um gole de pura pra espantar o calor.

Alma branca igual ao velo, tosando a martelo quase envelheceu.
Hoje perguntando para própria vida pr'onde foi a lida que ele conheceu.
Quase um pesadelo, arrepia o pelo do couro curtido do esquilador.
Ao cambiar de sorte levou cimbronaço ouvindo o compasso tocado a motor.

A vida disfarça lembrando a comparsa quando alinhavava o seu próprio chão.
Envidou os pagos numa só parada, 33 de espada, mas perdeu de mão.
Nesta vida guapa vivendo de inhapa, vai voltar aos pagos para remoçar.
Quem vendeu tesouras na ilusão povoeira, volte pra fronteira para se encontrar.
Volte pra fronteira para se encontrar.


Telmo e Biguá

Telmo esquilando, em Glorinha-RS, em 09/11/2011


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Viagem à São Borja

Na companhia do amigo Telmo de Lima Freitas, voltamos ao passado visitando nossa terra natal (São Borja-RS).
Nossa estadia de uma semana serviu para rever parentes e diletos amigos.
No dia 02 (finados), levamos flores e rezamos por aqueles que já se apartaram de nós.
Entre tantos túmulos, ressalto os de Lucas Araújo e Maria do Carmo.
Lucas, saudoso amigo, compadre do Telmo, gaúcho de linda estampa e,
Maria do Carmo,
morena, bonita e generosa.
Era mulher de muitos casos de amor e, por conseguinte a chamavam de prostituta.
Foi morta, degolada e esquartejada pelo seu último amante, um soldado do Exército. Seus restos foram enterrados no próprio local do crime, aos fundos do 2º Regimento João Manoel.
Por ser mulher que gostava muito de bebidas alcoolicas e cigarros, muitos que visitam seu túmulo, depositam garrafas de cachaça e massos de cigarros para pedir ou pagar promessa(s), eis que é reconhecida e venerada como Santa Milagrosa.

Túmulo de Maria do Carmo

***

Visitamos a sede do Grupo Amador de Arte "OS ANGÜERAS", localizado entre árvores nativas de indisível beleza, destacando-se enormes pés de "pau ferro". Nessas árvores vive uma linda coletividade de bugios:

Bugio pendurado

Bugio espiando

***

Telmo, Marco Antônio Rillo Loguércio, Suelen,
 e Marco Antonio Loguércio, charlando e mateando à sombra


***

Faz parte do Museu dos Angüeras


Museu da Estância
Apparício Silva Rillo
 
I
Repositório dos trastes
da gaúcha procedência
é um pedaço da Querência
que a si própria se retrata.
Galpão cheirando a fumaça,
carne gorda e picumã,
fortim campeiro do clã
que construiu este Estado,
renascido do Passado
para os olhos do amanhã.
 
 
II
Parou no tempo a carreta
e há quem nem se lembre dela,
como também das gamelas,
da cambona e do pilão.
Os dentes da evolução
lhes vai roendo a memória
e hoje são nomes na história
do pago em transformação.
 
III
Há muita gente de hoje
que não conhece um bordizo,
nunca viu o lombo liso
de um palmo de sovador;
desconhece o maneador,
maneia e descornadeira,
e o cheiro bom da madeira
serrada a distorciador...
 
IV
Quem não sabe de onde veio
perde seu próprio caminho.
Ninguém se orienta sozinho
sem mão que ampare e aponte.
Só assim, nesse reponte
que vem de trás para diante,
o coração vai avante
na direção do horizonte.
Não há ninguém que se plante
sem que beba água da fonte...
 
V
E assim se conta a história
de um sonho que floresceu,
nosso e vosso, meu e seu,
pois não o fizemos sós.
Nele, a herança dos avós,
nele, o apoio dos amigos,
e um sabor de pães de trigo
na alma de todos nós.
 
***
 
Nós dois, Telmo e eu, fomos visitar o 2º Regimento de Cavalaria Mecanizado
 
Regimento João Manoel
 
Quartel onde servimos à Pátria com dignidade e, hoje saudosos, reverenciamos.
 
Telmo

Ivo

"NESTE  LOCAL  ENCONTRA-SE  FAÍSCA,  UM  DOS
CAVALOS  DO  ANTIGO  2º  REGIMENTO  DE  CAVALARIA
QUE  MAIS  SE  DESTACOU  EM  CONCURSOS  DE  SALTO,
COMO  HOMENAGEM  A  TODOS  OS   CAVALOS  QUE
GALHARDAMENTE  CONDUZIRAM  O  REGIMENTO  JOÃO
MANOEL,  DESDE  A  SUA CRIAÇÃO,  À  CONQUISTA  DE
UM  LUGAR  DE  DESTAQUE  DENTRE  AS  UNIDADES
DE  CAVALARIA  DO  EXÉRCITO  BRASILEIRO.

São  Borja,  15  de  Agosto  de  1976
2º  Regimento  de  Cavalaria  Mecanizado
- Regimento  João  Manoel - 

***

Imagens da minha terra:

Passo de São Borja
Fronteira Brasil e Argentina

Bares

Rio Uruguai

Porto

Rio Uruguai, ao fundo Argentina

Ponte ligando Brasil e Argentina

Local para eventos e ou estacionamento