De um lado a morte a esperar sombria...
No leito, o enfermo pálido e exangue...
Mas eis que um braço fraternal se estende:
- Irmão... Irmão... eu te darei sangue...
Que doce glória para um ser humano!
O sangue ardente que em suas veias corre
Vai levar força, alegria e vida
Para as veias de outro ser que morre...
DAR SANGUE É DAR VIDA! Dar o sangue
É dar simplesmente o coração...
Que prêmio maior do que sentir
A própria vida a florescer num irmão...
Dar sangue... dá-lo assim fraternalmente
Só por amor, só por amor se entende...
E como o amor quando é sublime e puro
Também o sangue humano não se vende...
E quando algum dia Deus interrogar:
- Que fez este homem diante da dor
E do sofrer alheio? - Ele dirá:
- DAR SANGUE É DAR VIDA...
E eu dei sangue, Senhor!...
(Ignez Soares de Carvalho)