segunda-feira, 1 de novembro de 2010

POR QUE MORREMOS?




Ao amigo Paulo Nunes da Silva
Integrante do C.V.V.
(Centro de Valorização da Vida)

Paro agora pra pensar
e medito profundamente
por que Deus fez a gente
para nascer e viver
sem ao menos compreender
este mistério profundo
de vir e sair do mundo,
existir e logo depois, morrer.

Há uns que nascem com tudo,
outros nascem com nada,
mas ninguém escapa da armada
que a sina lhe destinou.
Um dia eu também vou
carretear a última viagem,
só levando na bagagem
as contas do que fui e sou.

Efêmera é a existência
que os mortais vivem aqui,
encarando logo ali
até mesmo sem querer,
sem nada, nada saber
do que já está reservado
como será o outro lado
depois que a gente morrer.

A razão destes meus versos
tem uma causa nobre
antes que um amigo me cobre
aquilo que não sabemos,
mas tentamos pelo menos
responder em poesia
o pedido feito um dia
indagando "Por que morremos?"

Esse amigo que citei
é um ente muito querido
de nós todos conhecido
por sua benevolência,
faz da palavra a ciência
para atender aos apelos
daqueles que sem conhecê-los
se perderam na existência.

Para voltar ao assunto
e encontrar uma resposta,
gostar a gente não gosta
de falar do que não quer.
Me diga, pois, se puder
satisfazer o amigo
sem correr nenhum perigo
de errar quando ela vier.

A morte é o fim da vida
para o vegetal e o animal
por favor, não leve a mal,
Jesus nos prometeu
Ele que um dia morreu
para a vida nos salvar
e depois ressuscitar
os que pensam como eu.

A semente que germina
se enterrou e apodreceu
e ali no mais renasceu,
gerando um fruto lindo
de ano em ano surgindo
para saciar nossa fome.
A saciedade tem nome,
lembram do maná caindo?

A alma não morrerá
assim como a semente
sendo rico ou indigente
preto, branco ou amarelo,
quando bater o martelo
da vida que se findou,
confesso que também vou
sentir do céu o libelo.

Quem me dera encontrar
na vida terrena agora
Jesus arrastando espora
como tantos guascas xirús
depois de levar a cruz
agora já sem escolta
na caminhada de volta
da estrada para Emaús.

Talvez Ele dissese
o que acontece depois,
caminhando ali nós dois
passo a passo, lado a lado
depois de já ter findado
num martírio mui cruel
sem dar nem pedir quartel,
como será depois de finado.

A resposta com certeza
vou ficar te devendo,
diante do oculto me rendo,
pois até aqui ninguém sabe
na minha cabeça não cabe
decifrar o verdadeiro
que homem por mais matreiro
e por mais culto não sabe.

Porto Alegre, 19/12/2005
Ivo Leão da Rocha

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