sábado, 13 de novembro de 2010

Certa noite há muitos anos, o Telmo, o Paulinho Pires e eu, em altas horas da madrugada, acordamos meus pais com uma serenata ao som de violão e serrote, quando o Telmo cantou a valsa que a minha velha tanto gostava:



LEMBRANÇAS

Telmo de Lima Freitas

Quando as almas perdidas se encontram,
machucadas pelo desprazer,
um aceno, um riso apenas,
dá vontade da gente viver.

São os velhos mistérios da vida,
rebenqueados pelo dia-a-dia,
já cansados de tanta tristeza
vão em busca de nova alegria.

E ao morrer desta tarde, morena,
quando o sol despacito se vai,
as lembranças tranqueiam co'as águas
passageiras do Rio Uruguai.

E as guitarras, eternas cigarras
entre as flores dos velhos ipês,
sempre-vivas, dormidas, se acordam
na lembrança da primeira vez.

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