quinta-feira, 29 de março de 2012

SAUDADE DE MIM




Faz um tempito que minh'alma anda com sede
de ver o verde sem fim de um campo aberto...
Vivo embretado entre ruas e paredes,
olhar cativo de horizontes de concreto.
Faz um tempito que não enfeito meus dias
com a alegria do cantar da passarada...
Sem essa pressa de passos e motores,
sangrando as dores das minhas horas cansadas.
Faz um tempito que meu céu não tem estrelas,
nem a varrê-las o clarim dos galos...
Ah! Que saudade do gosto de liberdade
num trote largo, campo afora de a cavalo!
Faz um tempito que não ouço à moda antiga,
vozes amigas numa charla de galpão...
Feito um proscrito, ando mateando solito,
rodeado apenas de silêncio e solidão.
Faz um tempito que venho buscando a esmo,
felicidade entre falsidade sem fim...
Cá na cidade, deixei de ser eu mesmo
e na verdade, sinto saudade de mim!

Silvio Aymone Genro

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