quinta-feira, 29 de março de 2012

MEU CAVALO


 Bugre tinha por nome.
 Rosilho o pelo cuidado .
 Quatro patas negras
 e uma estrela na testa.
 Ligeiro como capincho,
 só faltava mergulhar.
 Bueno demais para andar,
 e a cola um palmo do chão.

 À tardinha, todos os dias,
 ele de mim se achegava,
 pois já era de costume,
 nós dois passear na cidade.

 E lá no povo... em hora certa,
 sem saber qual mais gostava,
 nós dois, num trotezito espassado
 pela praça desfilava.

 Mas os anos se passaram,
 e aquilo virou história.
 Hoje, só me resta o consolo,
 como pedra no meu peito,
 e um sonho, de vez em quando,
 pra não fugir da memória,
 ao reviver meu cavalo.


Bugre tinha por nome.

Nenhum comentário:

Postar um comentário