sexta-feira, 8 de abril de 2011

SOLITO




Quando me sinto solito,
dou asas ao pensamento,
escuto a voz do vento
que parece falar comigo,
impondo-me um certo castigo
de lembranças mal queridas
que, reabrindo feridas,
não mais que de repente,
vêm sofrenar a gente
com saudades já dormidas.

A sorte nem sempre é boa,
na tava também cai "culo",
a corrida se ganha no pulo,
será o que tinha de ser.
Achico-me para não perder
quando a flor é pequena,
passo a mão na melena,
já tordilha pelo tempo,
na espera que outro vento
me mostre valer a pena.

Há dias tranço meu laço
com tentos de solidão
para cinchar no coração
a esperança já estraviada
no sem fim de alguma estrada
deste meu pago querido
que, por São Pedro benzido
com lança e cruz de Lorena,
o índio vago e ventena
jaz adormecido.

Faz bem à alma do vago
o prazer de retornar
e a voz do vento escutar,
mostrando ao ser vivente
o quão Divino é ser gente
neste plano em que vivemos.
A Deus, em louvor, cantemos
o bem superando o mal
num abraço fraternal.
É o que nós todos queremos.


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