quinta-feira, 28 de abril de 2011

LIO CEZAR SCHMITT JÚNIOR

" D U N H O "

Que dor doída
te judiou tanto?
Para forçar o meu pranto
neste vinte e dois de outubro,
tingindo de sangue rubro
os olhos dos que ficaram
e rios de lágrimas choraram,
sem compreender o mistério
que te levou, meu gaudério,
sem um abraço dos que ficaram.

O sentido da vida
cada um faz a seu jeito.
Te concedo pleno direito
ainda que não entenda
que nesta braba contenda,
ditada pelo destino,
um dia o badalar do sino
nos fará rememorar
que bem cedo foste morar
na Estância do Pai Divino.

Leve na viagem, menino,
nesta tropeada final
que, além da hora fatal,
nunca ficaste sozinho,
poi todos nós, um pouquinho,
sempre estivemos contigo,
sentindo calor de abrigo
que ofertavas com risadas
nas festas improvisadas,
como é próprio de um amigo.

Talvez estes versos
amenizem minha dor,
pois só Deus Nosso Senhor,
que é nosso pai e irmão,
tire do coração
a certeza que me invade,
quando andar pela cidade,
na comunhão fraternal,
ter força descomunal
pra não morrer de saudade.

Um pedido agora eu faço:
Que Deus dê força a teus pais,
irmãos, filhos carnais
e esposas que amaste,
pois não há nenhum contraste
nessa divisão de querença.
Errado está quem pensa
que o amor é unitário,
se até Jesus no Calvário
não fez qualquer diferença.

P.Alegre, 25/10/2009

Ivo Leão da Rocha


Nenhum comentário:

Postar um comentário